A Transição Energética foi tema de uma mesa redonda realizada no último dia de atividades no 8º Workshop de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação do IFMT (WorkIF).
Participaram o Dr. Antônio Carlos Siqueira de Lima (UFRJ/COPPE), o deputado Edinho Bez de Oliveira, da Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura (Frenlogi) e Guilherme Nascimento, da Eletrobrás/Furnas, abordando as transições e o futuro do uso da energia no planeta.
Este é um conceito que se aplica às mudanças estruturais nas matrizes energéticas a longo e curto prazo. Essas mudanças decorrem de diferentes demandas históricas, passando por disponibilidade de combustíveis até necessidades ambientais de redução de emissões de gases de efeito estufa.
Isso não é um assunto novo, “a primeira transição energética foi quando o homem aprendeu a controlar o fogo”, lembrou Antônio de Lima. “Elas demoram muito a acontecer, mas quando acontecem mudam a sociedade como um todo”.
Ele acrescentou que o desafio da transição energética atual é achar um substituto para 85% da matriz energética que é baseada em combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo e gás natural). Seria mudar o ‘modus operandi’ desde o início da Revolução Industrial.
Conforme dados apresentados, a matriz elétrica do Brasil, em 2022, se apresentava 83% renovável, sendo a grande maioria hidrelétrica. Enquanto isso, apenas 28,6% da matriz mundial se mostrava renovável em 2020.
Segundo Antônio, “dizer que as fontes são limpas tem sempre que ser levado entre aspas. Nunca vai ser 100% limpa. A eólica é fantástica, mas também tem um problema, pode afetar o microclima por conta do vento depois dos cataventos”.
“A gente precisa entender que somos parte do planeta e que o que a gente usa, vamos prestar conta disso, de uma forma ou de outra, seja para nossa geração, seja para a geração de nossos filhos”, explica.
O deputado Edinho Bez explicou o que é a Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura (Frenlogi), sua composição, objetivos e propósitos.
“Não podemos abrir mão de nenhuma alternativa energética, para não corremos o risco de ficar sem energia. Porém, temos que equilibrar o uso dentre estas alternativas”, afirmou.
Entre os grandes desafios está como equilibrar o crescimento econômico ampliando o acesso à energia para a população excluída, ao mesmo tempo que se pretende cumprir as metas de redução das emissões de gases de efeito estufa.
A transição energética é fundamental para alcançarmos um futuro mais sustentável, trazendo uma série de benefícios que vão desde a mitigação das mudanças climáticas e a melhoria da qualidade do ar até a criação de empregos e a promoção da inovação tecnológica. Ela desempenha um papel fundamental na construção de um futuro mais sustentável e resiliente.
Sérgio Thompson/IFMT São Vicente